domingo, 25 de agosto de 2013





Introdução 

Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.



A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses. 
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.


A organização social dos índios
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.


Os contatos entre indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho. 
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura europeia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.


índios tupinambás
Tupinambás praticando um ritual de canibalismo
Canibalismo: Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos. 




Religião Indígena


Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.


Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada 
- Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).
- De acordo com dados do Censo 2010 (IBGE), o Brasil possuía, em 2010, 896.917 indígenas. Este número correspondia a 0,47% da população do Brasil.

terça-feira, 2 de abril de 2013

MITOS ÍNDIGENAS

Os povos indígenas, assim como outras sociedades, também transmitem seus conhecimentos e experiências por meio de mitos. Por serem populações que, até pouco tempo, não registravam seus saberes na forma de textos escritos, o principal jeito de transmitir conhecimentos era — e ainda é — por meio da fala.
É importante dizer que, além dos mitos, existem outras formas de expressão oral, como os cantos, diálogos cerimoniais e outros tipos de discurso...
Por que, muitas vezes, é difícil compreender os mitos?

Aprendemos que os mitos trazem as reflexões de um povo sobre vários temas. Porém, quando não conhecemos bem esse povo, seus valores e sua cultura, muitos detalhes presentes nas histórias são mal compreendidos. Para decifrar os mitos, é preciso estudar, conhecer as formas de viver e pensar do povo que os criou. Só assim podemos conhecer a fundo a riqueza de suas significações.
É assim também com os mitos indígenas?
Sim, pois geralmente se sabe muito pouco ou quase nada sobre os diferentes povos indígenas e assim fica muito difícil de compreender suas histórias. Cada vez mais percebemos que há muito o que aprender sobre eles!

ASS:Maryana Paim

rituais índigenas

Uma grande parte dos rituais realizados pelos diversos grupos indígenas do Brasil pode ser classificada como ritos de passagem. Os ritos de passagem são as cerimônias que marcam a mudança de um indivíduo ou de um grupo de uma situação social para outra. Como exemplo, podemos citar aqueles relacionados à mudança das estações, aos ritos de iniciação, aos ritos matrimoniais, aos funerais e outros, como a gestação e o nascimento.

Entre os Tupinambá - grupo indígena extinto que habitava a maior parte da faixa litorânea que ia da foz do rio Amazonas à ilha de Cananéia, no litoral paulista-, quando nascia uma criança do sexo masculino, o pai levantava-se do chão e cortava-lhe o umbigo com os dentes. A seguir, a criança era banhada no rio, após o que o pai lhe achatava o nariz com o polegar. Em seguida, a criança era colocada numa pequena rede, onde eram amarradas unhas de onça ou de uma determinada ave de rapina. Colocavam-se, ainda, penas da cauda e das asas dessa ave e, também, um pequeno arco e algumas flechas, para que a criança se tornasse valente e disposta a guerrear os inimigos.

O pai, durante três dias, não comia carne, peixe ou sal, alimentando-se apenas de certo tipo de farinha. Não fazia, também, nenhum trabalho até que o umbigo da criança caísse, para que ele, a mãe e a criança não tivessem cólicas. Três vezes por dia punha os pés no ventre da esposa. Nesses dias, o pai fazia pequenas arapucas e nelas fazia a tipóia de carregar a criança; tomava, também, o pequeno arco e as flechas e atirava sobre a tipóia, pescando-a depois com o anzol, como se fosse um peixe. Assim, no futuro, a criança caçaria ou pescaria. Quando o umbigo caía, o pai partia-o em pedacinhos e pregava-os em todos os pilares da oca, a fim de que o filho fosse, no futuro, um bom chefe de família. O pai também colocava aos pés da criança um molho de palha, que simbolizava os inimigos. Quando todas essas práticas tinham sido realizadas, a aldeia por inteiro se entregava às comemorações. Nesses dias, era escolhido um nome para o recém-nascido.

Através desse rito de incorporação, o pai assumia a paternidade e se reconhecia ao recém-nascido, um lugar na sociedade Tupinambá, como homem ou mulher.

Cabe destacar que nesses rituais ligados à gestação e ao nascimento não só a criança, como também seus pais, eram submetidos ao ritual de passagem. O reconhecimento da gravidez da mulher punha o pai e a mãe num estado de cuidados especiais, separando-os, de certo modo, pela maneira de se comportar, dos demais habitantes da aldeia. Ficavam, assim, segregados até que a criança nascesse e os ritos de sua incorporação fossem realizados, momento em que eles eram reintegrados à vida normal, desempenhando um novo papel social: pai e mãe de um novo membro da sociedade.

ASS:Maryana Paim

sexta-feira, 22 de março de 2013

Dança da chuva!


O ritual da dança da chuva é parte de uma cerimônia  aonde são invocados os espíritos da terra e dos antepassados para  trazer a chuva como também assegurar a fartura na colheita, a fertilidade da terra e espantar os espíritos que vivem perdidos pelo mundo.Na maioria dos rituais, os "dançarinos" personificam um ou mais espíritos-um poder superior-que é expressado na dança através de gestos e movimentos cadenciados e ritmados. Os instrumentos utilizados são chocalhos de vários tamanhos e tipos, flautas e tambores. A dança possui um grande valor simbólico e até hoje é praticada  nas Américas, na África, Austrália, Nova Zelândia e existem relatos que até no século XX eram realizadas também nos Balcãs por algumas sociedades que ainda mantém traços animistas.Os Cherokee dos Estados Unidos até hoje realizam essa cerimônia para trazer a chuva e limpar a Terra dos espíritos considerados malignos. As lendas contam que a chuva  provocada pelo ritual contém os espíritos dos antigos caciques e que quando os pingos de água começam a cair inicia a grande batalha no plano intermediário entre a realidade e o mundo espiritual.



O que é sagrado para os índios?


  • Há muitas coisas sagrados para os povos indígenas. a terra em que nascem e enterram seus mortos;
  • Os espiritos dos que se foram as forças da natureza comandadas por espiritos e deuses;
  • Os ritos que praticavam em danças e cantos. Para pedir chuva, para celebrar um casamento, para enterrar o morto, festejar vitoria de guerra, os indios tem rituais proprios, dos quais homens, mulheres e crianças participam quase sempre dançando e cantando.
  •  É´dificil falar dos rituais, porque sao muitos os povos e muitos os nomes de cada ritual. Mas a maioria deles são ritos de passagem; isto é marcam um momento importante ma vida de cada individuo. assim, pratica-se ritos quando se passa de um estado sexual, quando nasce um bebê, ha um casamento, quando se entra em um mundo adulto dos mortos.

Imagens de alguns índios!


 
























Organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma 
cerimônia para ingressar na vida adulta.

ass: Maryana Paim

Comidas tipicas dos índigenas


Podemos dizer que a alimentação indígena é natural, pois eles consomem alimentos retirados diretamente da natureza. Desta forma, conseguem obter alimentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais minerais e outros nutrientes. 
Como os índios não consumem produtos industrializados, ficam livres dos efeitos nocivos dos conservantes, corantes artificiais, realçadores de sabor e outros aditivos artificiais usados na indústria alimentícia.
Somada a uma intensa atividade física, a alimentação indígena proporciona aos integrantes da tribo uma vida saudável. Logo, podemos observar nas aldeias isoladas (sem contatos com o homem branco), indivíduos fortes, saudáveis e felizes. Obesidade, estresse, depressão e outros males encontrados facilmente nas grandes cidades passam longe das tribos.
Numa aldeia indígena, o preparo dos alimentos é de responsabilidade das mulheres. Aos homens, cabe a função de caçar e pescar. 

Principais alimentos consumidos pelos índios brasileiros:

- Frutas
- Verduras
- Legumes
- Raízes
- Carne de animais caçados na floresta (capivara, porco-do-mato, macaco, etc).
- Peixes
- Cereais
- Castanhas

Pratos típicos da culinária indígena:

- Tapioca (espécie de pão fino feito com fécula de mandioca)
- Pirão (caldo grosso feito de farinha de mandioca e caldo de peixe).
- Pipoca
- Beiju (espécie de bolo de formato enrolado feito com massa de farinha de mandioca fina)
* Este texto refere-se aos índios que não possuem muito contato com os homens brancos e que ainda seguem sua cultura. Infelizmente, muitas tribos deixaram de lado a alimentação saudável quando entraram em contato com o homem branco

ass: Maryana Paim